Paulo Nogueira, via DCM em 6/5/2015
A direita não deve ter ficado muito feliz ontem [5/5]. Porque o fato é: Lula surrou o panelaço.
Aconteceu com o panelaço o mesmo que ocorrera com o protesto de 12 de abril: murchou, pifou, depois de uma primeira edição surpreendentemente bem-sucedida.
O duplo fracasso – do panelaço e do protesto – trai uma verdade doída para os interessados na derrubada de Dilma: seu momento passou.
Passou primeiro porque é simplesmente uma estupidez querer cassar 54 milhões de votos sob pretextos cínicos, falsos e vis.
Segundo porque o governo Dilma e o PT retomaram a iniciativa.
Ficou claro, por exemplo, que ao contrário do que a imprensa vinha tentando propagar os problemas econômicos do país não são exclusividade nacional. Fazem parte de um drama mundial.
Foi grande o esforço dos comentaristas das corporações de mídia em levar os inocentes a crer que o dólar alto era um fenômeno apenas do Brasil.
Mentira.
Houve também uma mobilização conservadora para retratar uma Petrobras aos pedaços.
Outra mentira.
As ações da Petrobras não param de subir, e investimentos bilionários na empresa feitos pela China e pela Shell mostram que a mídia brasileira definitivamente não é levada a sério fora do seu quadrado de atuação.
E então chegamos a Lula, a grande estrela do programa do PT que foi ao ar ontem em rede nacional.
Para desespero da oposição, Lula demonstrou que é o Lula de sempre. Não apenas exibe vigor físico como continua a dominar a arte de falar e convencer.
É um caso único de poder de retórica no universo político brasileiro. Lula reúne simplicidade e profundidade em seu discurso, e transmite sinceridade mesmo quando fala alguma bobagem.
Comparemos.
Aécio fala com pedantismo, com ares de político da Velha República, um Tancredo com implante de cabelo e dentes artificialmente brancos.
FHC é aquele professor que repete a mesma coisa há meio século, e que ninguém aguenta mais escutar. Alckmin é uma mistura de Frontal com Dormonid.
E Dilma pensa melhor que fala, muito melhor. Usa frases longas e repete expressões que acabam com qualquer estilo. (Acredito que etc. etc., por exemplo.)
Dilma poderia – deveria – ter treinado a arte de falar em público, mas é preciso reconhecer que mesmo com todas as suas limitações neste terreno ela não teve maiores problemas em lidar com Serra e Aécio.
As circunstâncias precipitaram os debates sobre 2018, e Lula aparentemente leva muita vantagem sobre seus eventuais oponentes.
A direita talvez se preocupe com o tom incisivo de Lula nos últimos tempos, mas não há razões para pânico.
Lula está mobilizando a militância do PT com seu discurso ligeiramente radicalizado, o mesmo grupo que provavelmente o levará ao Planalto em 2018.
Depois, seu espírito conciliador, de sindicalista acostumado a negociar, prevalecerá.
Num país tão polarizado, tão dividido, tão cheio de ódio, um conciliador pode devolver o sentimento perdido de unidade.
Até por isso Lula sobra, desde já, para 2018.
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31 de maio de 2016 às 12:49
O ódio de nossa elite conra Lula se deve a muitos fatores, mas a um em especial: Lula, um analfabeto, saído do sertão fugindo da fome e da miséria reunia em si as condições para transformar uma nação atrasada, imersa em atraso e caos social numa nação grande e respeitada mundialmente. Lula em toda sua deselegância, propiciada por uma origem humilde, conseguiu em poucos anos realizar uma verdadeira revolução social que certamente jamais será esquecida não apenas pelo Brasil mas também pelo mundo. O mundo aplaude e se inspira no jeito Lula de gobernar. O maior estadista do século XX é brasileiro e se xhama Lula da Silva.