Protestos foram reais mas durante uma hora e meia Dilma liderou – com folga – apoio no Twitter.
A campanha publicitária contra Dilma tenta, diariamente, dar a impressão de que o governo acabou e que os eleitores de outubro fugiram. Quem viu a cobertura do discurso da presidente, na noite de domingo, dia 8/3, pode até achar que a única reação dos brasileiros foi abrir a janela para fazer uma batucada numa frigideira e depois assumir o volante do carro para buzinar pela vizinhança. Nada mais falso.
Em sua coluna de hoje, a consultoria Bites, que tem uma boa carteira de empresas brasileiras entre seus clientes, mostra uma situação bem diferente nas redes sociais, que funcionaram como o principal instrumento das mobilizações na noite de domingo, dia 8/3.
Conforme o levantamento, até as 22h23, a expressão panelaço, usada de várias formas por internautas adversários do governo, totalizou 24.330 twitters. Já o hashtag #dilmadamulher, de aliados de Dilma, que fez um pronunciamento no Dia Internacional da Mulher, bateu num número 50% maior: 34.245.
Os dados são importantes porque se referem, justamente, ao momento do pronunciamento de Dilma e aos 80 minutos posteriores. É nessa ocasião que ocorrem os debates mais vivos dentro de casa, entre amigos, e emergem as impressões mais espontâneas.
A partir de estimativas padronizadas para medir audiência na internet, pode-se calcular o seguinte: a turma do panelaço atingiu um público potencial de 156 milhões de pessoas. Já #dilmadamulher bateu em 203 milhões – uma diferença considerável.
Houve sim um protesto contra a presidente, concentrado em bairros de alta classe média, que sempre votaram contra o PT. Mas é bom não exagerar, num esforço artificial para ampliar o coro dos descontentes.
Estes dados vão além de um simples palmômetro. Mostram uma situação de equilíbrio político, coerente com uma eleição presidencial encerrada por uma diferença de pouco mais de 3% dos votos. Dilma foi à TV e como é natural, mobilizou aliados a favor e adversários contra.
Ao longo da noite e da madrugada, o quadro mudou. Os twitters do panelaço cresceram e se igualaram ao total acumulado por Dilma, mudança que permite várias explicações.
A mais plausível é que a oposição e seus ativistas estão mais mobilizados para o combate na internet, o que se explica pela postura de Aécio Neves e demais líderes do PSDB. Ao recusar-se a reconhecer, de uma vez por todas, sem ambiguidades, a derrota nas urnas, evitando acatar a legitimidade absoluta da vitória de Dilma, eles estimulam tentações autoritárias e deixam uma porta entreaberta para iniciativas golpistas.
Ninguém irá negar a nenhum brasileiro o direito democrático de bater panela ou apertar a buzina do carro contra a presidente. É bom viver num país onde isso ocorre com naturalidade.
Mas também é essencial compreender que ninguém tem o direito de desrespeitar a vontade da maioria, definida em 26 de outubro. Se havia alguma dúvida, ela se dissipou após a lista de Rodrigo Janot, certo?
É muito feio confundir panelinha com panelaço, vamos combinar.
Leia também:
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12 de março de 2015 às 15:53
Luís Fernandes Bastos, primeiramente agradeço sua resposta, até porque você é o segundo que me responde mesmo tendo feito a pergunta para mais de 20 políticos e jornalistas, fora comentários em redes sociais, você foi o segundo porque o primeiro foi o ex-senador Suplicy.
A solicitação de titulo de eleitor não é um documento comumente solicitado em cadastros., Lhe esclareço que devido a falta de respostas fique em duvida e fui consultar no site do ministério quais eram os documentos necessários para o cadastramento no bolsa família e lá não consta a obrigatoriedade de apresentação do Titulo.
Você pode não concordar comigo, porém acho que este tipo de comunicação é uma forma velada de fazer com que pessoas de um nível de conhecimento menor se sintam ameaçadas de ter um procedimento livre. nas suas escolhas.
11 de março de 2015 às 18:46
Não sei se respondo a sua pergunta, até porque ela não é dirigida a mim, mas o título de eleitor é um documento pessoal e como tal deve ser apresentado em todo cadastro ou inscrição em órgãos públicos e o bolsa família é instituição publica, portanto se faz\ necessário. Não vejo,aí, mal nenhum.
10 de março de 2015 às 14:37
A alguns dias lhe fiz algumas perguntas, e não foram respondidas, voltando ,vejo que sua analise tem alguns pontos que não concordo, será que grande parte da população não está é indignada com o fato de que antes das eleições as afirmativas da Presidente eram que tudo estava bem, que o Pronatec era uma maravilha que estava tudo certo, que não mexeria nada nos beneficios trabalhistas nem que a vaca tussa, depois de eleita diz que tem que fazer correções, o Pronatec esta com os pagamentos atrasados, varias situações dos trabalhadores foram alteradas, Ela nunca assume possiveis erros e sempre põe a culpa nos governos anteriores como se o governo dela tivesse começado a apenas a um ou dois anos e que ela não teve tempo para corrigir, se o proprio ministro dela declarou que a “brincadeira” custou caro.
Continuo a esperar a resposta porque na Voz do Brasil no final .
do ano de 2013 foi dito que para fazer o recadastramento do bolsa familia tinha que levar o titulo de eleitor. No aguardo Tomaz E. Robinson
10 de março de 2015 às 9:57
Posso até estar enganada no que vou afirmar. Mas creio que não estou. Do alto das minhas 6 décadas de vida, não me lembro disto:um ex-candidato, que perdeu um pleito eletivo para a presidência da república, atuar na sociedade para a derrubada daquele que foi presidente eleito, democraticamente.
Isto se configura num novo tipo de golpe contra a democracia. Felizmente o “engodo” não funcionou.
O lado bom disto, é que fica, patente, a maturidade política da maioria do eleitorado brasileiro, que ratificou o seu espírito democrático.
Salve a nossa Pátria Brasileira!