Fernando Brito, via Tijolaço
O repórter Luiz Fernando Vianna, além do excepcional autor de joias como Aldir Blanc: Resposta ao tempo, é profissional daqueles que da raia não correm e nem recorrem às meias-palavras.
Hoje [30/1], na Folha, ele descreve, com crueza, o que é a possível eleição de Eduardo Cunha como presidente da Câmara, já, já, no domingo, dia 1º/2. É o que falta, mesmo, para a moralização da política neste país.
Um homem que faz a gente ter saudade do Severino Diretoria que Fura Poço Cavalcanti. Cunha não fura nada. A não ser a hipocrisia da oposição brasileira ao proclamar-se campeã da moralidade.
ANAIS DA POLÍTICA
Luiz Fernando Vianna
Desde Célio Borja em 1975, um representante do Rio de Janeiro não se elege presidente da Câmara dos Deputados. O tabu de 40 anos pode ser quebrado no domingo com a vitória de Eduardo Cunha. Que legal, não?
Resposta de quem acompanha um pouquinho a política do Rio, dominada há 12 anos pelo partido-empresa de Cunha, o PMDB: não.
O resultado poderá coroar aberrações que passaram a ser aceitas como verdades. Exemplos:
1) ser político é um ofício da iniciativa privada, tão bem-sucedido quanto maior for a ingerência sobre o destino de recursos públicos –que deixam de ter destino público;
2) a função primeira do Legislativo é chantagear o Executivo para conseguir o máximo de cargos e verbas. É um jogo que zera após cada votação importante, o que o torna interminável e de rentabilidade segura. Não se discutem projetos para o país, mas oportunidades de negócio;
3) em sendo uma categoria profissional, os políticos precisam ser representados por associações de classe, que organizam suas reivindicações. Eduardo Cunha é um líder sindical, um Lech Walesa do submundo político brasileiro.
Em fevereiro de 2005, Severino Cavalcanti foi eleito pela maioria fisiológica da Câmara, desafiando o governo Lula. Em maio, anunciou seu preço: indicar um nome para “aquela diretoria que fura poço e acha petróleo” na então forte Petrobras. Caiu em setembro acusado de receber um mensalinho de R$10 mil do concessionário do restaurante da Câmara.
Saudades de Severino. Era um amador, praticante do fisiologismo-arte. Cunha joga o fisiologismo-força.
Firme em sua milionária campanha, indica se sentir inalcançável pela Operação Lava Jato. O juiz Sergio Moro vai ficar devendo essa ao Brasil.
Se vencer, Eduardo Cunha entrará nos anais do Rio. E de todos os brasileiros
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1 de fevereiro de 2015 às 21:53
Primeiro, admira-me como pode o Povo eleger tipos como este.
Segundo, a Dilma que se cuide, porque gente de “tal envergadura moral” pode causar um problemão para o seu governo.
Conclamemos a todos os cidadãos sérios deste País, para que estejam de olho nesse deputado.
Vamos fiscalizá-lo em todos os seus atos e falas no Parlamento.
Afinal, o Nosso País não é nenhuma “republiqueta das bananas”.
Somos um Grande País, um Grande Povo e, como tal, devemos agir.
31 de janeiro de 2015 às 20:57
Uma tijolada na cabeça seria o ideal para clarear suas ideias de grande ladrão, encrenqueiro, chantagista e tumultuador.
31 de janeiro de 2015 às 20:45
Como venho afirmando há muito tempo, o PT dorme de touca ou continua fazendo acordos estapafúrdios. Eduardo Cunha é o que existe de pior na politicalha. Se for eleito para chefiar a câmara dos deputados, podem preparar-se para assistir a um verdadeiro festival de velhacarias na politicagem. D.Dilma necessita agir com muita firmeza e combater esse malando que atua como chantagista ladrão.
31 de janeiro de 2015 às 19:26
─ Ele merece um troféu: um “TIJOLAÇO” de verdade!