Dionara Ribeiro, Página do MST
Cerca de 220 acampados de 20 turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) se reuniram, no sábado, dia 10/1, para dar início a uma caminhada rumo à alfabetização.
Os acampados, de seis localidades do extremo sul da Bahia, participaram da aula inaugural do Projeto “Sim, eu Posso”, quem traz o lema “Sim eu Posso ler e Escrever, Essa é uma conquista do MST”.
A aula foi realizada na Escola Popular Egídio Brunetto, no município de Teixeira de Freitas, contando com o apoio da coordenação pedagógica da escola, do setor nacional de educação do MST, além de 20 educadores e cinco coordenadores pedagógicos da Reforma Agrária.
Durante a aula foi possível perceber as distintas histórias de vida que se cruzam entre esses sujeitos, já que tiveram seus direitos primordiais negados, como o acesso a terra e a educação.
O analfabetismo
De acordo com o último senso levantado pela Escola Popular, a região do Extremo Sul da Bahia possui mais de 20 % da população adulta e idosa não alfabetizada nas áreas de Reforma Agrária. Este percentual soma-se ao vergonhoso dado brasileiro que aponta mais de 13 milhões de jovens e adultos excluídos da alfabetização.
Diante deste cenário de negação histórica, o MST, desde sua fundação, entende que para construir territórios dignos e igualitários, o analfabetismo é uma das primeiras barreiras a serem superadas.
De acordo com a coordenação do projeto, “enfrenta-se muitas dificuldades de investimentos públicos com essa questão. Existem muitos programas ineficazes que não conseguem alterar o retrato do analfabetismo. Por isso em muitos espaços do Movimento contamos com a ajuda internacional de Cuba, que se solidariza com nosso país ao disponibilizar o método de alfabetização ‘Sim eu Posso’, que conseguiu erradicar o analfabetismo”.
Este método pedagógico está organizado em 65 teleaulas mediados por educadores populares das próprias comunidades rurais, e pretende funcionar até o mês de abril, zerando o analfabetismo em sete acampamentos da região.
25 de janeiro de 2015 às 6:52
O analfabetismo funcional aquela arte de enganar a sociedade, praticada por muitos indivíduos com instrução muito deficiente, necessita ser erradicado. O indivíduo é analfabeto funcional por preguiça mental, comodismo e tolerância da sociedade, mas é um grande mal que provoca grandes prejuízos ao portador da deficiência cultural e á sociedade funcional. O processo cubano de alfabetização é um caminho seguro para eliminar este mal.
15 de janeiro de 2015 às 23:54
Até 1/1/1964, a CNBB, através de seu órgão MEB (Movimento de Educação de Base), mantinha um programa de tele-aulas de alfabetização pelo rádio. Processo eficaz, econômico, alfabetizava em três meses e integrava à cidadania. Aplicava o método Paulo Freire. Tantos países erradicaram o analfabetismo (Cuba, Venezuela, Bolívia, Nicarágua, Equador a caminho …). Por que essa vergonha em nossa pátria, agravada pelo analfabetismo funcional, resultante da absoluta falta de atividade cultural em grande parte do território nacional?