
Sarraff com 32 anos, antes de ser preso, e à direita imagem do terrorista cedida pela família sem data determinada.
O cubano Rolando Sarraff Trujillo, de 51 anos, teria sido fundamental no desmantelamento da Rede Vespa, que culminou na detenção dos Cinco Cubanos.
Via Opera Mundi
O terrorista norte-americano Alan Gross foi libertado na quarta-feira, dia 17/12, juntamente com três dos Cinco Cubanos que permaneciam detidos nos Estados Unidos. Mas, juntamente com Gross, outro espião foi posto em liberdade, mas com menos alarme. Definido pela Casa Branca como “alguém dos serviços cubanos que passou para o lado de Washington”, o nome dele permaneceu em sigilo até sexta-feira, dia 19/12, quando foi revelado por jornais norte-americanos.
Trata-se, segundo os periódicos, de Rolando Sarraff Trujillo, de 51 anos, formado em jornalismo na Universidade de Havana. Detido há 20 anos em Cuba, onde cumpria uma pena de 25 anos, ele desempenhou um papel fundamental para o governo norte-americano na Ilha. Infiltrado na Direção de Inteligência de Cuba, o ex-criptógrafo exerceu “um papel decisivo” na identificação de vários espiões cubanos em território norte-americano.
A informação foi confirmada por Chris Simmons, que atuou como chefe da unidade de contra-inteligência da Agência de Inteligência de Defesa dos Estados Unidos entre 1996 e 2004, à Associated Press. Inclusive, de acordo com os jornais norte-americanos, as informações reveladas por Trujillo teriam sido chaves para a detenção dos Cinco Cubanos, que atuavam na chamada Rede Vespa, em 1998. Gerardo Hernández, Ramón Labañino, Antônio Guerrero, René González e Fernando González trabalhavam em um plano para desestabilizar as redes de cubanos em Miami que patrocinava terrorismo contra a Ilha.
De acordo com informações revelas pelo jornal The Washington Post, a libertação de Sarraff Trujillo era uma prioridade para a inteligência norte-americana dentro do acordo com Cuba.
“Decidimos libertar e enviar aos Estados Unidos o espião de origem cubana que esteve a serviço desta nação”, afirmou o presidente Raul Castro durante pronunciamento à nação ao anunciar não só a libertação dos detidos no país, como a retomada das relações diplomáticas com os Estados Unidos. O paradeiro atual de Sarraff, no entanto, não foi confirmado nem por autoridades cubanas, nem norte-americanas.
Anunciada na quarta-feira, dia 17/12, o reatamento histórico entre EUA e Cuba por Obama e Raul Castro traz mudanças importantes no setor diplomático entre ambas as nações. Para além dos efeitos simbólicos do anúncio, a nova política trará consequências práticas para a economia e a diplomacia entre os dois países: desde a abertura de uma embaixada em Havana até a permissão para que cidadãos norte-americanos comprem rum e charutos cubanos em maior quantidade.
Leia também:
Cuba terá luta “longa e difícil” para fim de bloqueio dos EUA, diz Raul Castro
Vídeo: Os três últimos heróis cubanos presos injustamente nos EUA chegaram em sua Pátria
Entenda o que muda em Cuba e nos EUA com as novas políticas anunciadas
Reatamento diplomático Cuba-EUA: Governo brasileiro marca golaço ao financiar o Porto de Mariel
Reatamento diplomático Cuba-EUA: Apesar de dia histórico, Raul Castro lamenta que bloqueio econômico seja mantido
Por que investir em Cuba? E na África, e na América Latina? Não é caridade ideológica, é negócio
Reatamento diplomático Cuba-EUA: Coxinhas indignados
Repercussão mundial: Os mais de 50 anos demonstraram que o isolamento dos EUA a Cuba não funcionou
Porto de Mariel: O que tucanos e aliados têm a dizer sobre isso?
Para desgosto dos reaças, cubanos não fogem da Ilha
Os comentários sem assinatura não serão publicados.