O presidente cubano Raul Castro anunciou na quarta-feira, dia 17/12, que chegaram a Havana os três últimos prisioneiros antiterrorista cubanos que permaneceram em cárceres norte-americanas por mais de 16 anos. Renê Gonzalez e Fernando Gonzalez, dois outros heróis, foram libertados antes de cumprir a sentença toda.
Via Pátria Latina
Os “Cinco Heróis”, como são conhecidos em Cuba, foram presos na Flórida em 1998 e, três anos mais tarde, condenados pela Justiça do país por “espionagem e envolvimento no abatimento de dois aviões”.
Gerardo Hernández, René González, Tony Guerrero, Fernando González e Ramón Labañino eram agentes do serviço secreto de Cuba infiltrados nos Estados Unidos para prevenir ações terroristas deste país contra Cuba. Os cinco faziam parte de uma complexa operação batizada como Rede Vespa. Instalados na Flórida e disfarçados de desertores do regime cubano, o esquadrão de 14 integrantes tinha a tarefa de munir Havana com informações sobre as organizações terroristas anticastristas que operavam no país.
Criadas por cubanos exilados que fugiram do país após o triunfo da Revolução em 1959, as organizações anticastristas tinham o objetivo explícito de lutar pelo fim do comunismo cubano e pela queda do líder Fidel Castro. Algumas delas, inclusive, não faziam questão de esconder que apoiavam e financiavam ações terroristas para alcançar o almejado fim.
Uma vez detectada a estratégia de Havana, o alvo dos milionários exilados passou a ser os imponentes resorts do balneário de Varadero, além dos pontos turísticos mais visitados da capital cubana. “A opinião pública precisa saber que é mais seguro fazer turismo na Bósnia-Herzegovina do que em Cuba”, estampavam os folhetos de algumas dessas organizações – que realizavam desde sequestro de aviões e pequenas explosões, até sobrevoos nos quais eram despejados cartazes com propaganda anticomunista pelas avenidas de Havana.
Após anos de operação sigilosa, o serviço de contra-inteligência dos EUA acabou detectando a atuação da Rede Vespa e prendeu dez dos agentes cubanos. Metade deles fez acordo com a Justiça norte-americana e, por meio da delação premiada, pegou pena mínima e ingressou no programa de proteção à testemunha do Departamento de Estado.
Em um longo e controverso julgamento – a cidade de Miami é majoritariamente anticastrista –, os cinco cubanos acabaram condenados injustamente pelo júri em 2001. Depois de dezenas de apelações e movimentos populares pedindo a libertação dos cubanos, na quarta-feira, dia 17/12, a justiça foi feita.
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Discurso de Raul Castro sobre o reatamento das relações diplomáticas entre Cuba e EUA
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