
Ponto estratégico: O Porto de Mariel, financiado pelo governo federal, fica a 200 quilômetros da costa dos EUA.
Com o Porto de Mariel e outros inúmeros investimentos em Cuba o Brasil é um dos países que estão melhor posicionados para se beneficiar da queda do bloqueio norte-americano à Ilha, cuja negociação foi anunciada na quarta-feira, dia 17/12.
Alvo de ferrenhas críticas, o Porto de Mariel foi financiado pelo BNDES, está apenas 200 quilômetros da Costa da Flórida. Depois da dragagem, já será concorrente dos portos de Kingston, na Jamaica, e das Bahamas, bastante movimentados.
O raciocínio do governo brasileiro sempre foi o de “entrar antes da abertura para já estar lá quando caísse o bloqueio”.
A estratégia se provou acertada.
Patrícia Campos Mello é repórter especial da Folha e escreve sobre economia e política internacional.
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24 de dezembro de 2014 às 14:19
Definitivamente não dá para entender a cabeça de um comunista. A esquerda brasileira não admira Cuba e seus ditadores da família Castro justamente pelo fato de ela ter sido contra o “imperialismo americano” nesses últimos cinquenta anos? Se olharmos a questão por esse lado, quem mais “perde” com o reatamento das relação com os EUA é justamente Cuba. Obviamente que Obama e o Papa Francisco, que não são bestas nem nada, exigiram democracia para ao povo cubano, abertura da economia para investimentos estrangeiros, imprensa livre, respeito aos direitos humanos, libertação de presos políticos… Ora, isso são “valores burgueses” na visão de muitos marxistas-leninistas que ainda existem por aí. Raul Castro diz que os valores da “Revolução” não serão afetados. Ingênuo ele não é, e está jogando para a plateia. O irmão de Fidel parece ser menos estúpido e viu que sem um acordo com os EUA, Cuba continuaria na década de 60 do século passado. Fatalmente o país caribenho tornar-se-á capitalista como aconteceu com o leste europeu depois da queda do Muro de Berlin. E viva Cuba.
19 de dezembro de 2014 às 9:35
É engraçado. Quando nos colocamos contra uma ideia aprioristicamente, há riscos de nos esquecermos do óbvio. Por ex., que países, grupos de países, enfim, os mercados internacionais estão sempre comercializando entre si.
Daí, a razão por que o porto de Mariel vai beneficiar, não apenas Cuba e Brasil, mas os demais mercados internacionais. O nosso Planeta é hoje uma aldeia de mercados integrados. E o porto de Mariel será instrumento importantíssimo para comércio entre os países das 3 Américas e do resto do mundo.
18 de dezembro de 2014 às 11:30
Agora me diz, o que muda em relação a antes da queda do bloqueio norte americano? É entre Cuba e EUA, vai beneficiar ambos e não o Brasil, até porque Cuba não vai devolver esse dinheiro. Se tivesse sido investido em portos no Nordeste, seria muito melhor aproveitado!
18 de dezembro de 2014 às 7:55
Acho ótimo ajudar os outros, desde que tivessemos nossos portos em perfeitas condições, bem como aeroportos e RODOVIAS. O custo Brasil é um dos grandes obstaculos ao sucesso brasileiro.
18 de dezembro de 2014 às 1:44
E alguns falam tão mal do governo e suas medidas economicas!