Entenda o que muda em Cuba e nos EUA com as novas políticas anunciadas

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Reaproximação histórica após 53 anos terá abertura de embaixada em Havana, remoção de Cuba de “lista negra” e mais permissão para compra de charutos.

Via Opera Mundi

A aproximação histórica entre EUA e Cuba, anunciada na quarta-feira, dia 17/12, pelos presidentes dos países, traz mudanças importantes no setor diplomático entre ambas as nações. Para além dos efeitos simbólicos do anúncio, a nova política trará consequências práticas para a economia e a diplomacia entre os dois países. Desde a abertura de uma embaixada em Havana até a permissão para que cidadãos norte-americanos comprem rum e charutos cubanos em maior quantidade.

Abaixo, a lista das mudanças anunciadas por Barack Obama.

Diplomacia
– secretário de Estado norte-americano, John Kerry, foi instruído para retomar imediatamente os diálogos com Cuba para reatar relações diplomáticas, interrompidas em janeiro de 1961;

– reabrir embaixada norte-americana em Havana para “trocas de alto nível”;

– manter diálogos com Cuba sobre: imigração, direitos humanos, combate às drogas;

– EUA participarão da reunião da Cúpula das Américas em 2015, evento diplomático da OEA (Organização dos Estados Americanos) para o qual Cuba recebeu convite expresso do Panamá; e

– EUA revisarão inclusão de Cuba na lista de países que promovem terrorismo, status que a ilha acumula desde 1982.

Viagens
– flexibilização das restrições a viagens entre os países: mais vistos serão ofereciados a famílias, funcionários de governos, jornalistas, pesquisadores, grupos religiosos, ativistas humanitários e outros.

Economia
– mudanças nas políticas econômicas dos departamentos do Tesouro e Comércio com relação a Cuba;

– a permissão para o envio trimestral de remessas financeiras de indivíduos nos EUA para Cuba será ampliada de US$500,00 para US$2 mil;

– mais produtos dos EUA receberão autorização para serem exportados para Cuba, como material de construção civil e equipamentos de agricultura;

– cidadãos norte-americanos poderão obter licença para importar bens no valor de até US$400,00, mas não mais do que US$100 em bebidas alcóolicas e tabaco;

– empresas dos EUA terão permissão para abrir contas em instituições financeiras cubanas;

– cartões de crédito e débito de bandeiras norte-americanas poderão ser usados por estrangeiros em Cuba; e

– empresas de telecomunicação e internet dos EUA deverão ter mais liberdade para operar na ilha e poderão construir estruturas para intercambiar informação entre Cuba e EUA.

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Dilma participa da 47ª Cúpula do Mercosul, na Argentina, e tomou posse na presidência pró-tempore do bloco comercial.

Dilma diz achar “fantástica” a reaproximação de Cuba e EUA e lembra de Porto de Mariel

Luciana Rosa, via Opera Mundi

A presidente Dilma Rousseff mandou “cumprimentos” na quarta-feira, dia 17/12, aos presidentes dos EUA, Barack Obama, de Cuba, Raul Castro, e ao papa Francisco pelo início da retomada de relações diplomáticas entre os dois países. O pontífice intermediou a negociação entre os dois países. “Eu queria cumprimentar o presidente Raul Castro, o presidente Barack Obama e especialmente o papa Francisco”, disse.

Ela classificou como “fantástica” a notícia, e lembrou dos investimentos feitos pelo governo brasileiro no Porto de Mariel. “Fico muito feliz porque toda a política do governo brasileiro até agora tem sido enfatizar, e não só do ponto de vista retórico, mas com ações concretas, a forma pela qual Cuba tem de ser integrada. Algo que foi tão criticado durante a campanha, o Porto de Mariel. O Porto de Mariel mostra hoje a sua importância para toda a região. E, para o Brasil, é estratégico por sua proximidade com os EUA. No momento em que eu recebo a presidência do Mercosul, um fato desses ocorre. O que mostra a importância as relações nessa região”, afirmou. As declarações foram dadas durante o discurso de Dilma na cúpula e em entrevista após assumir a presidência pró-tempore do Mercosul.

Outros presidentes, presentes na reunião, também falaram sobre a mudança de relações entre Havana e Washington.

A argentina Cristina Kirchner interrompeu o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff para anunciar aos colegas sul-americanos a notícia. Cristina classificou a decisão como uma demonstração da existência de um desejo de integração dos povos.

O venezuelano Nicolas Maduro, em seu discurso oficial na cúpula do Mercosul, falou sobre o que chamou de “grande gesto de valentia” de Barack Obama. Para Maduro, talvez essa seja a ação mais importante da gestão do presidente norte-americano. Lembrando que hoje, 17 de dezembro, é o aniversário do papa Francisco, o presidente venezuelano arriscou dizer que a reintegração diplomática entre EUA e Cuba é um ótimo presente ao religioso.

Jornal da Record News: Convidado avalia importância do porto em Cuba para economia brasileira

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