Kiko Nogueira, via DCM
Eduardo Campos tem dois problemas. Um deles é Marina Silva. O outro, mais complicado, é ele mesmo.
Em Nazaré da Mata (PE), o governador de Pernambuco e virtual presidenciável disse que “não dá mais para ter quatro anos de Dilma. O Brasil não aguenta e o povo brasileiro sabe disso”. Afirmou também, referindo-se a Dilma, que “quem acha que sabe tudo não sabe de nada”.
Numa maratona de encontros em São Paulo, alguns deles ladeado por Marina, voltou à carga. “O arranjo político de Brasília já deu o que tinha que dar”, declarou. Dilma é “autoritária”, “foge do debate”, é “avessa ao diálogo”, vendeu uma imagem de gerente competente “que não se confirmou”, não fez a “faxina ética” que prometeu e “se acomodou” com os escândalos de corrupção” de seu governo. “Há uma crise de expectativa, uma crise política, uma crise econômica”, decretou.
Campos está em campanha e é, até certo ponto, natural ter subido o tom. Não decola nas pesquisas, não acontece, não nada.
Seu novo aliado é Jorge Bornhausen, ex-governador biônico de Santa Catarina, ex-senador e presidente do PFL. Hoje sem cargo, Bornhausen foi fundamental na criação do PSD de Kassab e deu uma mão a Marconi Perillo e Demóstenes Torres até o escândalo do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Seu filho, Paulo Bornhausen, filiou-se ao PSB, que de socialista tem o nome.
Mas a grande questão de Campos passa pelas ideias. Onde elas estão? O que ele propõe, enfim?
Silêncio.
A tática de bater é um complemento à esterilidade que ele apresenta em sua conta nas redes sociais – um apanhado de lugares comuns, como “nossa vocação é pensar grande, é trabalhar para que os grandes sonhos e projetos do povo brasileiro virem realidade. É nisso que acredito”; “Só uma economia forte e pujante na sua sustentabilidade pode trazer um futuro melhor para os brasileiros”; “O Brasil precisa de um governo que jogue limpo, que trabalhe duro para defender nossa economia, que é a base da nossa soberania nacional”; “O IBGE divulgou hoje o medíocre PIB de 2013”. E blábláblá.
Essa é a “nova política” de Eduardo Campos? No que a histeria ajuda agora? O que ele fez em Pernambuco de tão notável que o credencia a dar aulas? O estado está em 19ª posição no Atlas de Desenvolvimento Humano, aliás. Um empresário paulista que se mudou para o Recife teve dificuldades de registrar a empregada porque ninguém – ninguém – faz isso por lá.
É de uma miopia abissal. Em vez de Bornhausen, Campos podia ser apresentado a gente como, por exemplo, Mujica ou o papa Francisco, dois reformadores e renovadores políticos. Um excelente template. Ou a alguém à direita com um conjunto de propostas. Qualquer coisa. O que o Brasil não aguenta – como ele diz – é o mais do mesmo que ele representa.
***
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Tags: Aécio Neves, Aliança, Banco Itaú, Chico Mendes, Declaração, Eduardo Campos, Eleições 2014, Filiação, Heráclito Fortes, Jorge Bornhausen, Marina Silva, Natura, Presidência da República, PSB, PSDB, Rede Sustentabilidade, Roberto Amaral, Roda Viva, Ronaldo Caiado, Tide Setúbal, Vice
6 de setembro de 2014 às 2:01
fora marina 171
16 de março de 2014 às 15:11
É “mermo” Daniel Sais?
Só o senhor sabe disso, né?
16 de março de 2014 às 9:44
É muita babaquice escrever um artigo “culpando” o tal do Campos pelo baixo índice de desenvolvimento humano no Estado no qual foi Governador por alguns poucos anos. Até minha irmã de 12 anos sabe, que para aumentar índices tão importantes como o IDH são necessários muitos anos e ajuda do Governo Federal, isto é: da tal da Dilma que, num comparativo com o Campos, fez tanto quanto.
16 de março de 2014 às 6:55
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