Cristiane Agostine e Letícia Casado, via Valor Econômico
“A ditadura militar ainda não acabou. A polícia está aí para nos lembrar disso”. O estudante universitário Felipe Chagas, de 20 anos, foi abordado na quinta-feira, dia 13, pela Polícia Militar, na saída de uma estação de Metrô, antes mesmo de chegar ao terceiro protesto contra a Copa do Mundo, realizado no Largo da Batata, zona oeste da capital paulista. A presença da PM, ostensiva, fez com que houvesse um policial para cada manifestante. “Existe um sentimento alarmista de que a ditadura vai voltar, de que se as pessoas forem às ruas vai ter golpe. Mas não vai”, afirmou o estudante de letras da USP.
Cinquenta anos depois do discurso histórico do então presidente João Goulart na Central do Brasil, que antecedeu o golpe militar, a defesa de mais democracia e de mais investimentos sociais, em transporte, saúde e educação – e menos recursos para estádios – uniu estudantes, movimentos sociais, militantes partidários e Black Blocs. Embora com bandeiras diferentes, manifestantes também se uniram nas críticas à repressão e à ação da polícia.
Segundo o tenente coronel Eduardo Almeida, 1,7 mil policiais foram escalados para garantir a “ordem” e a preservação do “patrimônio público e privado” e acompanhar os cerca de 1,5 mil manifestantes, segundo a PM. No comício de Jango, há 50 anos, foram 2,5 mil homens do Exército para cerca de 100 mil manifestantes.
***
Leia também:
Celso Amorim: “O Brasil não é um alvo terrorista, mas temos de pensar no pior.”
Células do Anonymous acusam Anonymous Brasil de se vender a conservadores
A elite branca não aceita ser brasileira: Brasileiro de fato só pode gostar de Copa
A “Copa do Medo”, o falsificador e o terrorismo dos brucutus atucanados
Medo de ir ao aeroporto durante a Copa? No Natal e no Ano Novo é bem pior
Vai ter Copa: Desmontada a farsa do texto adulterado da revista France Football
A mídia nutre esquizofrênica com a Copa do Mundo
Segundo Sebrae, penas empresas faturarão R$500 milhões com a Copa
Globo orienta jornalistas a evitar “pautas positivas” sobre a Copa
A realização da Copa não retira recursos da Saúde e da Educação
Cadu Amaral: A Globo, o complexo de vira-lata e a Copa do Mundo no Brasil
Líder do MST considera “erro político” fazer mobilização durante a Copa
Coxinhas e “grande mídia” conseguiram: Black Blocs têm seu primeiro cadáver. E agora?
Tem um fusquinha no meio do caminho
Florestan Fernandes Jr.: Abaixo as máscaras
Antonio Lassance: Vai ter Copa, argumentos para enfrentar quem torce contra o Brasil
Vândalos causam terror e destruição em São Paulo
Flávio Aguiar: A Copa e a anti-Copa
Golpe na Copa: Quem vai fazer o serviço?
Miguel do Rosário: Há conspiração golpista conta a Copa?
Tags: 2014, Black Blocs, Celso Amorim, Copa do Mundo, France Football, Geraldo Alckmin, Golpe, Luiz Surianni, Manifestações, MST, Pequenas empresas, Rede Globo, Sebrae
15 de março de 2014 às 6:16
[…] See on limpinhoecheiroso.com […]