Se ainda tinha algum, Veja perde o pudor e prega vaia contra cubanos

Veja_Retrospectiva2013

Via Brasil 247

No dia 26 de agosto deste ano, quando profissionais cubanos, recrutados pelo programa Mais Médicos, foram cercados em Fortaleza por um grupo de médicos brasileiros, que os hostilizam e os xingavam de escravos, o repórter fotográfico Jarbas Oliveira, da FolhaPress, captou a imagem do ano. Destacada em primeira mão pelo 247, a imagem provocou uma onda de indignação nas redes sociais e ajudou a conter um discurso xenófobo e até racista que vinha ganhando corpo na imprensa brasileira.

A vergonha produzida pela imagem foi tão intensa que até mesmo os mais hidrófobos representantes da direita brasileira recolheram as armas. Quando as primeiras pesquisas sinalizaram amplo apoio da população brasileira ao Mais Médicos, candidatos de oposição também passaram a defender o programa.

No entanto, em sua retrospectiva de 2013, Veja publicou um texto antológico, pelo que tem de mais asqueroso, e que revela sua verdadeira face. Na prática, a publicação da Editora Abril defende as vaias aos cubanos e sinaliza que fará o possível e o impossível para impedir que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, se eleja governador de São Paulo, encerrando um ciclo de vinte anos do PSDB no poder.

Eis o texto de Veja, chamado “Vaias para a empulhação”:

“Em Cuba, para combater a última epidemia de cólera, o governo mandou dar à população gotas de um remédio homeopático. Como se sabe, diversos países erradicaram a cólera no século 19 melhorando suas condições de saneamento básico. Mas para que investir em tratamento de água e redes de esgoto quando se podem receitar umas gotinhas, não é mesmo? O Programa Mais Médicos, do governo brasileiro, trouxe de Cuba não apenas profissionais explorados, vigiados e mal pagos – importou também a lógica da empulhação castrista. É mais simples, afinal, lotar o interior do país de cabos eleitorais do governo, ops, profissionais treinados pelo estado amigo de Cuba, do que resolver o problema da falta de estrutura da saúde em lugares que nunca viram um aparelho de ultrassom e em cujos prontos-socorros falta até dipirona. Essa deficiência sistêmica, contra a qual se insurgem profissionais brasileiros, certamente não será uma questão para os forçosamente dóceis médicos cubanos. E é o escamoteamento desse problema – e suas consequências para o agravamento da saúde no Brasil – que está na origem das vaias que recebeu de colegas brasileiros o cubano Juan Delgado (em Fortaleza). Como os demais profissionais importados da ilha de Fidel, ele repassa ao governo de seu país a maior parte dos R$10 mil que recebe, é monitorado por espiões e obrigado a viver longe da família para quem nem pense em desertar. Tudo isso afronta as leis brasileiras, para não falar dos direitos elementares de qualquer cidadão livre. Mas, como sabe o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, idealizador do programa e candidato ao governo de São Paulo em 2014, quem ousaria ser a favor de menos médicos?”

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Uma resposta to “Se ainda tinha algum, Veja perde o pudor e prega vaia contra cubanos”

  1. bene nadal Says:

    Essa “merreca” de revista ainda circula porque alguns governos tucanos ajudam a sutentar com verbas públicas(dos impostos que pagamos aos estados governados por eles), pagando assim o trabalhos mercenário que ela faz contra o povo brasileiro.
    Vale uma pequena observação que de momento: Esses mercenários que se dizem repórteres dessa revistinha, tentam por todos os meio desqualificar os médicos cubanos, no entanto estão “dando com os burros n’água”, pois é o povo atendido por eles que vai julgá-los, e tenho certeza; lhes darão nota 10, uma vez que esses pobres brasileiros há muito descuidados pelos governantes, e que agora têm direito até a médico, estão muito felizes… Pense comigo, quem ainda não presenciou; quando uma criança sofre um pequeno machucado, a mãe acode, e lhe dá um beijinho no machucado e a criança logo para de chorar e volta a brincar. Digo isso para demonstrar que; apesar de os médicos cubanos serem comprovadamente competentes, muitos até mais do que alguns brasileiros, demonstram um carinho muito grande com o povo pobre, isso se dá devido ao preparo que eles recebem dos mestres na Ilha de Cuba, que os EUA não conseguem destruir há cinquenta anos. Esses médico são preparados “exclusivamente” para tratar doentes, sejam pobres ou ricos, mas “doentes”, e não para usar a medicina para acumular dinheiro, como acontece muito por aqui.
    O que mais assusta os “pregadores do caos”, ou seja, como são conhecidos os “urubólogos”, ou ainda os “mercenários da imprensa golpista”, é o fato de o Brasil estar crescendo, e a vida do povo está melhorando, pois para os urubólogos que representam o 1% mais rico da população, é “o fim da picada”, pois eles não querem dividir com pobres: os assentos de avião, as estradas, os melhores cursos nas melhores universidades públicas… Coisas essas que eles sempre acharam que era só deles, e que pobre só serviria para limpar o chão deles, e para ser maltratados, sem direito a nada. Mas isso tudo está mudando, graças ao PT, graças ao Lula, graças à Dilma…

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