O cubano Juan Delgado (foto), que foi hostilizado quando chegou ao Ceará, está feliz com o destino reservado para ele no Programa Mais Médicos. Ele será um dos sete médicos que irão trabalhar em distritos indígenas do Maranhão. Delgado também afirmou que já esqueceu o fato de ter sido chamado de “escravo”: “Em Cuba, a escravidão acabou em 1868.” Sobre os que apontam possível risco de deserção, ele nega: “Tenho mulher, filha, um contrato de três anos e depois vou retornar a meu país, onde já há trabalho me esperando.”
Via Brasil 247
Alvo de uma agressão que chocou o Brasil e o mundo, o médico Juan Delgado, que foi hostilizado e chamado de “escravo” por doutores brasileiros quando desembarcou em Fortaleza, no Ceará, já se sente adaptado à realidade brasileira e está feliz com o destino reservado a ele pelo Programa Mais Médicos.
Delgado será um dos sete médicos estrangeiros que atenderão povos indígenas no Maranhão. Antes, ele passará por um treinamento na capital São Luís, onde tomará conhecimento da cultura local. Seu primeiro local de trabalho será o polo Base de Saúde Indígena de Zé Doca, a 316 quilômetros da capital maranhense.
Entrevistado no sábado, dia 21, pelo jornal O Globo, Delgado afirmou que não guarda mágoa por ter sido chamado de escravo e fez questão de enfatizar que se sente um homem livre. “A escravidão em Cuba acabou em 1868. Viemos ao Brasil por livre vontade e para ajudar a combater a mortalidade infantil e materna”, disse.
Ele afirmou também que não há o menor risco de deserção entre os médicos cubanos. “Tenho mulher, filha, um contrato de três anos e, depois disso, pretendo retornar a Cuba, onde há trabalho me esperando.”
Delgado, no entanto, ainda terá de vencer um obstáculo antes de começar, efetivamente, a trabalhar. O Conselho Regional de Medicina entrou na Justiça para não conceder registro provisório aos 37 estrangeiros que, na primeira fase do Mais Médicos, atuarão no estado.
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Tags: Alexandre Padilha, Ceará, Cuba, Desagravo, Fortaleza, Médicos cubanos, Ministério da Saúde, Preconceito, Programa Mais Médicos, Xenofobia
24 de setembro de 2013 às 13:49
Pois é. A escravidão no Brasil acabou 20 anos depois, e mais teria durado se o envelhecimento das peças (como eles designavam os escravos) não tivesse obrigado a burguesia cafeeira a abrir mão dos escravos e a trazer trabalhadores livres imigrantes. Mesmo assim o habito ficou (o uso do cachimbo faz a boca torta), como recordam, entre outros, o filme Gaijin de Tiuka Yamasaki e muitos testemunhos da época.
24 de setembro de 2013 às 12:43
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