Alstom e Siemens foram alvo de autoridades por suspeitas de corrupção. No Brasil, também há inquéritos desde 2008, mas nenhum finalizado.
Via G1
Empresas suspeitas de integrar um cartel que agia em licitações do Metrô e CPTM já são investigadas desde pelo menos 2008, quando o jornal The Wall Street Journal revelou que o Brasil também fazia parte de um inquérito internacional que apurava pagamento de propina pela Alstom e Siemens a funcionários públicos em diversos países.
Essas investigações voltaram a ganhar evidência em julho deste ano depois que a Siemens decidiu admitir a existência do cartel, um conluio de empresas para fraudar preços, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Entenda a seguir a cronologia do caso e quais licitações estão sob suspeita no Cade
O suposto pagamento de propinas a governos no Brasil pela empresa Alstom, chegaria a US$20 milhões, segundo o Ministério Público da Suíça. No Brasil, que ainda não estava no foco das investigações, os valores seriam divididos entre partidos, Tribunal de Contas e o secretário de Energia, o que teria ocorrido em 1998. A Polícia Federal indiciou 10 pessoas por propinas na gestão de Mário Covas (PSDB), entre elas o ex-secretário de Energia e vereador Andrea Matarazzo (PSDB). Não houve denúncia.
Desde 2004, a Justiça suíça já investigava a Alstom. A Siemens também vira suspeita no escândalo mundial de corrupção. A prática seria generalizada, atingindo vários países entre 2001 e 2007. Até meados de 2000, não era crime a Siemens e a Alstom pagarem propinas a funcionários públicos estrangeiros, mas as normas mudaram ao longo da década na Europa. A alemã demite seu presidente em 2007 e é condenada a multas de ao menos R$3,6 bilhões pelas propinas. Desde então, a alemã começa a investir em compliance (obedecer a lei), denunciando casos de corrupção internos em todas as suas filiais.
O jornal The Wall Street Journal revela investigações em 11 países contra a Alstom por pagamento de propinas entre 1998 e 2003. As suspeitas atingem obras do Metrô de São Paulo e funcionários públicos. O Ministério Público paulista pede informações à Suíça e instaura inquéritos. O governo de São Paulo nega envolvimento. Tentativas de abertura de CPI falham. Na Siemens, um funcionário denuncia práticas ilegais no Brasil à sede alemã, dando detalhes do pagamento de propinas em projetos do Metrô e CPTM de São Paulo e do Metrô DF. A denúncia é mantida sob sigilo pela empresa.
Como parte de suas investigações internas anticorrupção, a Siemens demite seu CEO brasileiro Adilson Primo, suspeito de grave violação ao código de conduta, desvio de 6 milhões de euros. Ele nega as suspeitas. Já a Alstom tornou-se suspeita de dificultar investigações em diversos países. A empresa nega.
A Alstom recebe multa milionária na Suíça. Nos EUA, um vice-presidente da empresa é preso. No Brasil, a Siemens decide ir ao Cade delatar a existência de um cartel, que envolveria a francesa e outras empresas, e teria funcionado de 1998 a 2008, período dos governos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, do PSDB. Novas investigações têm início no Brasil, incluindo a Alstom e os projetos denunciados pelo ex-funcionário da Siemens em 2008. Desde aquele ano, nenhuma delas foi finalizada. Todas as empresas dizem colaborar integralmente com as autoridades.
Veja a seguir as licitações sob suspeita de cartel investigadas pelo Cade
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24 de agosto de 2013 às 23:06
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