
Petição online espera recolher 100 mil assinaturas para pressionar Marin a deixar o comando da CBF. Foto: José Cruz/ABr
Gabriel Bonis, via CartaCapital
Cresce na internet um novo movimento anti-José Maria Marin, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Desde o início da semana, mais de 6 mil internautas assinaram uma petição online para tentar remover o dirigente do cargo (acesse aqui), em um protesto criado por Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog, morto por agentes da ditadura. Durante a repressão, o ex-governador biônico de São Paulo integrou o Arena (partido criado pelos militares) e mostrou simpatia por figuras como Sérgio Fleury, torturador de dissidentes do regime.
A petição, que visa recolher 100 mil assinaturas, repercutiu de forma rápida. “Fiquei impressionado”, conta Ivo a CartaCapital. O presidente do Instituto Vladimir Herzog diz saber que a ação pode não ter a influência pretendida por ser direcionada a uma entidade privada. “Não podemos interferir, mas vai ficar cada vez mais pública essa indignação das pessoas em ter o Marin como o anfitrião do Mundial. Temos que registrar o nosso protesto e criar situações de incômodo para que ele saia ou ao menos deixe o Comitê Organizador da Copa”.
Segundo Ivo, a decisão de lançar o movimento ocorreu após ver o blog do jornalista Juca Kfouri ser acionado na Justiça para explicar a reprodução de uma “convocação” para um escracho a Marin, organizado pela Articulação Estadual pela Memória, Verdade e Justiça, e um texto sobre um discurso do dirigente contra a TV Cultura. A emissora era acusada por ele de ter “comunistas” infiltrados. Um deles seria o então editor-chefe de jornalismo, Vladimir Herzog.
As críticas à estatal paulista, e também os elogios a Fleury, ficaram registrados no Diário Oficial do Estado (Leia aqui e aqui). Em 9 de outubro de 1975, na Assembleia Legislativa, o então deputado estadual José Maria Marin pediu “providências” contra a emissora. “É preciso mais do que nunca uma providência, a fim de que a tranquilidade volte a reinar não só nesta Casa [TV Cultura], mas principalmente nos lares paulistanos”, disse Marin. Duas semanas depois, Herzog foi assassinado no DOI-Codi e teve o suicídio forjado pelo regime.
A petição enfatiza os laços de Marin com a ditadura e destaca que seus discursos apoiaram “movimentos que levaram a tortura, morte e desaparecimento de centenas de brasileiros. O caso mais notório é do jornalista Vladimir Herzog”. “Não podemos permitir que Marin viva a glória de estar à frente do maior evento mundial da nossa história”, diz o texto.
Para Ivo, o dirigente representa “o mais grave do sentido da impunidade”. Sua presença no comando da Copa do Mundo, acredita, vai reforçar para “a percepção de que o Brasil é um país da impunidade e que muitas vezes ela é recompensada da pior forma possível”.
CartaCapital contatou Marin por meio de sua assessoria de imprensa, mas não recebeu resposta.
Tags: CBF, Ditadura militar, Esporte, Futebol, Ivo Herzog, Presidente, Sérgio Fleury, Vladimir Herzog
2 de março de 2013 às 20:33
Ignez, procura aí em cima no artigo(assine aqui) e manda brasa! Fala com teus amigos e conhecidos, divulga muito. O Zé das Medalhas é um fulano muito pilantra, ladrão de galinhas porque é burro, mas serve de ponte aos grandes ladrões. É um bundão que tem arte pra ser ladrão.
2 de março de 2013 às 18:24
Essa atitude já deveria ter sido tomada há muito tempo. Onde assino?
1 de março de 2013 às 2:31
Quem foram os responsáveis por tamanha barbaridade? Colocar o Zé da Medalhas também chamado de Marin à frente da CBF? Estão brincando com a inteligência dos brasileiros! Sempre foi um capacho de políticos mais atuantes, jamais tem feito algo que possa ser mencionado com relevo administrativo e tem antecedentes de velho ladrão sem vergonha como aquela cena de roubar medalha de futebolista campeão! Temos que correr com este pilantra da CBF, antes que ele descubra alguma maneira de roubar sem deixar rastro, se é que não está roubando já!
28 de fevereiro de 2013 às 21:09
Muito apreciaria receber a petição encabeçada pelo filho de um amigo que foi barbaramente torturado e assassinado por guardas pretorianos da ditadura de 1964-85, apoiadores da repressão, financiadores dos seus crimes e meganhas imundos.
28 de fevereiro de 2013 às 19:12
Acabei de assinar a Petição, sou apoiadora do Avaaz e estou sempre pronta a colaborar com as causas justas.