
Joseph Blatter quer que Havelange e Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, deem os nomes das empresas e emissoras de tevê que lhes davam propina. Tremei Rede Globo.
Via Copa do Mundo
Joseph Blatter, presidente da Fifa, admitiu na quinta-feira, dia 12, que é o “P1”, personagem anônimo do dossiê divulgado pela Justiça suíça. Então secretário-geral da entidade, ele tinha conhecimento das propinas que João Havelange e Ricardo Teixeira recebiam, mas alegou que não podia fazer nada na época, por não ter provas de que eram ilegais. Blatter defende a ideia de que todo o documento seja publicado, sem tarjas ou letras substituindo nomes, como no caso das empresas ligadas a Teixeira ou os nomes das redes de TV que deram dinheiro aos cartolas, inclusive no Brasil.
O depoimento do cartola foi publicado no site da Fifa, em formato de entrevista. Questionado pelo repórter se sabia que seus colegas estavam recebendo dinheiro ilícito, Blatter se esquiva. “Sabia o quê? Que comissões eram pagas? Lá atrás, estes pagamentos poderiam ser deduzidos do imposto como taxas de negociação. Hoje, isso é passível de punição. Você não pode julgar o passado com base nos padrões de hoje. Além disso, ia acabar em um conflito moral. Eu não poderia saber de um crime que nem era crime na época”, disse o presidente da Fifa, referindo-se à mudança na lei local que transformou em crime o recebimento de comissão da maneira que os brasileiros fizeram.
Na quarta-feira, dia 11, a Justiça suíça divulgou o dossiê que condenou Ricardo Teixeira e João Havelange por terem recebido propina da ISL, agência de marketing esportivo ligada à entidade, de 1992 a 2000. Ao todo, eles receberam cerca de 21,94 milhões de francos suíços (R$45 milhões) e tiveram de pagar 5 milhões de francos suíços (R$10,4 milhões) para manterem o caso em sigilo há dois anos.
Além de manchar definitivamente sua reputação, a publicação do caso também pode dar dor de cabeça para João Havelange. Ele já teve de deixar o COI para tentar evitar o escândalo, mas agora pode responder por suas ações na Fifa, entidade da qual ainda é presidente honorário. “Eu não tenho o poder para tirá-lo do cargo. O Congresso o nomeou presidente honorário, e só ele poderá mudar isso”, disse Blatter.
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14 de julho de 2012 às 15:55
[…] da CBF sempre foi marcada por denúncias de enriquecimento ilícito por parte do ex-dirigente. A TV Globo chegou a exibir um Globo Repórter especial, em 1999, sobre o crescimento do patrimônio do então […]